Daniele Torres é sócia de uma das maiores empresas do mundo de auditoria e consultoria. Ela se formou em ciências contábeis e administração, tem quatro pós-graduações -- em gestão de negócios, filosofia e direitos humanos, tecnologia e influência digital -- faz um mestrado na Georgia Institute of Technology, é maquiadora profissional, colunista da revista Marie Claire e palestrante. Danielle é uma mulher trans. E se afirmou como tal quando já ocupava um cargo de diretor na empresa em que trabalhava e trabalha ainda hoje. Até então, ela era o “Torres”. Seu empregador não só apoiou institucionalmente as mudanças pelas quais a executiva passou como a convidou posteriormente para se tornar parte de seu quadro societário.
Apenas 4% da população trans está empregada no mercado formal brasileiro. E o cenário para as pessoas transgênero no Brasil é o pior possível: somos o país que mais mata essa população no mundo. Danielle, claramente, é um case. Ela conta, no entanto, que o sucesso profissional e o privilégio de ter nascido numa família de classe alta nunca a pouparam de humilhações na vida social e de um profundo sofrimento psíquico.
Neste livro, ela revela agressões que sofreu na infância, relacionamentos afetivos equivocados da juventude, bulimia, ataques de pânico, desconforto com o corpo e os muitos anos de terapia na maturidade. Mas conta também do encontro com seu grande amor, de tatuagens, calcinhas, vegetarianismo e karatê.
Este livro agradará tanto os leitores interessados em questões LGBTQIAP+ quanto aqueles que que gostam de biografias relacionadas ao aombiente de negócios. A autora já trabalhava havia anos em uma multinacional -- enquanto homem -- quando decidiu fazer a afirmação de gênero e assumir o gênero feminino. A empresa acolheu o processo e ainda alçou Danielle (que antes eram conheca como "o Torres", como sócia do escritório da empresa no Brasil. Danielle também conta no livro sobre questões íntimas: sexo, amor, roupas femininas e preconceito. |
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Danielle também dá dicas para empresas que querem acolher seus colaboradores LGBTQIAP+ e conta como foi o processo de aceitação de seu gênero dentro da multinacional onde trabalha. |
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Ela também descreve o processo de psicoterapia ao qual se submete há anos, os tratamentos de beleza que faz para se sentir melhor em seu corpo e de danos físicos pelos quais passou durante a juventude, quando ainda não entendia o que acontecia com seu organismo: anorexia, pânico e depressão |